quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Petrobras precisa rever modelo de patrocínio e convênios, aponta Guerra

A falta de acompanhamento e controle sobre a aplicação de dinheiro de convênios e patrocínios, o favorecimento político a projetos duvidosos e a existência de uma rede de entidades que faz a intermediação entre a Petrobras e prefeituras são inconcebíveis para uma empresa como a estatal, criticou o senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

O alerta do dirigente tucano foi feito durante questionamentos ao gerente-executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa, durante sessão da CPI que investiga irregularidades no repasse de verbas da área de Comunicação e Publicidade da estatal.

Para o senador Sérgio Guerra, a Petrobras precisa rever os mecanismos de patrocínio a fim de obter maior controle sobre o que é feito com o dinheiro que sai do seu caixa.

“Eu não entendo como pode haver a interferência de um agente privado quando a Petrobras vai promover uma ação a pedido de uma prefeitura. Sabemos que existem empresas criadas para a venda de projetos de captação de patrocínio para festas juninas. É um ambiente poluído e uma empresa como a Petrobras que tem 1.200 funcionários no setor de comunicação não deveria fazer isso”, lamentou o presidente do PSDB.

O senador também estranhou o repasse de altas quantias de dinheiro a projetos que não correspondem ao volume de recursos que recebem, como o projeto Botinho, criado para formar salva-vidas mirins e coordenado pela empresa de marketing Baywatch.

O projeto é avaliado em R$ 10 milhões. “A Petrobras gastou muito com o treinamento de salva-vidas mirins. Há certamente um sobrepreço aí e não podemos aceitar isso. A justificativa não convence e o povo não fica satisfeito em saber que o dinheiro publico é gasto dessa forma”, afirmou Sérgio Guerra. O senador quer que a CPI proponha à Petrobras novos mecanismos de controle e fiscalização para evitar desperdício de dinheiro público.