segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lina Vieira fala amanhã na CCJ

Álvaro Dias: “governo vive um império de mentiras”

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) ouve amanhã, terça-feira (18), a ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira. O depoimento, a partir das nove horas, tem por objetivo confirmar a informação dada por Lina sobre uma reunião reservada, ocorrida no Palácio do Planalto, em que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, teria sugerido que “agilizasse” as investigações do fisco em empresas da família Sarney.

O depoimento torna-se estratégico porque a Fundação José Sarney, do presidente do Senado (José Sarney, PMDB-AP) recebeu R$ 1,3 milhão em patrocínios da Petrobras e R$ 500 mil foram parar em contas de empresas ligadas à família Sarney. Como o depoimento de Lina Vieira à CPI da Petrobras foi barrado pela base governista, a oposição conseguiu aprovar o requerimento na CCJ, presidida pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A investigação sobre a Fundação Sarney também foi barrada na CPI pela tropa de choque do governo.

Na interpretação da ex-secretária Lina Vieira, a sugestão para apressar as investigações significava encerrá-las, já que o governo teria interesse em manter a aliança eleitoral com Sarney e o PMDB com vistas à sucessão presidencial em 2010. A informação sobre o encontro com Dilma foi passada pela ex-secretária à imprensa. Também a chefe de gabinete de Lina na época, Iraneth Dias Weiler, confirmou que a reunião foi realizada e, antes, que a chefe de gabinete da ministra Dilma Roussef, Erenice Guerra, esteve na Receita para agendar o compromisso. Fatos ocorridos no final de 2008.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR)- autor do requerimento que criou a CPI da Petrobras, “o governo e os governistas vivem um império de mentiras; eles adotaram a mentira para blindar irregularidades”. O senador recordou a CPI dos cartões coorporativos, quando a ministra Dilma negou que a Casa Civil tivesse construído um dossiê sobre as contas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth, mas o documento havia sido feito lá, e o mestrado e o doutorado em Economia que a ministra manteve no site da Casa Civil, cujo diploma nunca recebeu.