quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Convocações viram convites

Correio Braziliense

A base do governo já prepara a primeira derrota da oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. Em uma estratégia combinada com o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, o relator da comissão e líder governista, Romero Jucá (PMDB-RR), vai propor a transformação de todas as convocações em simples convites de comparecimento aos que serão interrogados.

Na prática, a mudança tem dois objetivos. O primeiro está no aspecto político da manobra. Depois de perderem a batalha pelo enterro da CPI, os governistas estão dispostos a mostrar ao Planalto que têm o controle real da situação e que a maioria de membros pode mesmo garantir o desfecho desejado. O segundo, com efeito mais prático, é o de evitar constrangimentos e pressões aos depoentes. Se forem simplesmente convidados, eles não irão precisar fazer juramento de que dirão apenas a verdade e não serão obrigadas a responder a todas as perguntas feitas pelos parlamentares.

Aprovação certa

De acordo com Jucá, a proposta de transformar os 54 pedidos de convocação em convites não deve enfrentar problemas para ser aprovada, já que o governo possui a maioria na CPI. “Vamos propor convites, mas não vamos marcar datas ainda, o fato é que somos maioria”, comentou o peemedebista, dando como certa a aprovação da estratégia.

O vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF), disse que a ideia de Jucá tem o apoio de toda base e foi orquestrada com a cúpula da Petrobras. O petebista afirmou ainda que os governistas irão aprovar convocações em vez de convites apenas nos casos em que o convidado não comparecer à sessão e ficar provado que o depoimento é fundamental para os trabalhos da comissão. Ou seja, se os interrogados tiverem argumentos suficientes para faltar, poderão adiar os depoimentos e contarão com a proteção dos aliados do governo. “Nossa ideia é fazer tudo se transformar em convite. Somente se a pessoa não comparecer é que vamos fazer a convocação. Mas esperamos não precisar disso”, disse o parlamentar.

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